O SERTÃO E A SECA
Meu sertão perdera a graça
Com tanta devastação
A seca devoradora
Torrando a face do chão
Só vemos a árvore peca
Devorada pela seca
Que mata de inanição
No meu sertão nordestino
Só vemos calamidade
A seca tomou de conta
Daquela localidade
O sertanejo faminto
Abandona o seu recinto
Pra mendigar na cidade
Neste cenário faminto
Eu também toquei viola
Para o sertanejo amigo
Eu doutrinei minha escola
No meu sertão favorito
Eu fiz repente bonito
No palco da fazendola
A seca enorme devora
O nosso belo sertão
A rês faminta despenca
Com o peso da inanição
Enquanto o bom camponês
Se abala com a escassez
Que assola o nosso rincão
Nestas estrofes sentidas
Dediquei meu pensamento
Ao meu campesino amigo
Que sofre a todo momento
Essa figura prendada
É muito pouco lembrada
Por quem não tem sentimento
Depois três anos de seca
O sertão perdeu a beleza
A flora mudou de tom
Diante tanta aspereza
O camponês genial
Deixou seu torrão natal
Forçado pela pobreza
Eu canto no meu poema
Do sertanejo o terror
A falta de cobertura
Do poder superior
E a tosca politicagem
Que só promove miragem
Em nome do agricultor
Termino meu poemeto
Sentindo grande ternura
Em ver meu sertão querido
Padecer tanta amargura
Reduto que no passado
Foi bastante respeitado
Por gerar tanta fartura