O SERTÃO E A SECA

Meu sertão perdera a graça

Com tanta devastação

A seca devoradora

Torrando a face do chão

Só vemos a árvore peca

Devorada pela seca

Que mata de inanição

No meu sertão nordestino

Só vemos calamidade

A seca tomou de conta

Daquela localidade

O sertanejo faminto

Abandona o seu recinto

Pra mendigar na cidade

Neste cenário faminto

Eu também toquei viola

Para o sertanejo amigo

Eu doutrinei minha escola

No meu sertão favorito

Eu fiz repente bonito

No palco da fazendola

A seca enorme devora

O nosso belo sertão

A rês faminta despenca

Com o peso da inanição

Enquanto o bom camponês

Se abala com a escassez

Que assola o nosso rincão

Nestas estrofes sentidas

Dediquei meu pensamento

Ao meu campesino amigo

Que sofre a todo momento

Essa figura prendada

É muito pouco lembrada

Por quem não tem sentimento

Depois três anos de seca

O sertão perdeu a beleza

A flora mudou de tom

Diante tanta aspereza

O camponês genial

Deixou seu torrão natal

Forçado pela pobreza

Eu canto no meu poema

Do sertanejo o terror

A falta de cobertura

Do poder superior

E a tosca politicagem

Que só promove miragem

Em nome do agricultor

Termino meu poemeto

Sentindo grande ternura

Em ver meu sertão querido

Padecer tanta amargura

Reduto que no passado

Foi bastante respeitado

Por gerar tanta fartura

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 09/09/2016
Reeditado em 09/09/2016
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