A Serenata do Silêncio.

Ontem

Minha alma saiu a passear

Em meio a lugar desconhecido

Estrada larga

Escura madrugada

Iluminada pela luz de estrelas

Olhando para elas perguntei

Qual força Deus usou

Para erguê-las lá no Céu

E que tecido Deus usou

Pra fazer o véu da noite

E quem será o noivo

de tão bela criatura

Hoje

Noite escura iluminada

À luz de vela

abro a janela

Estrelas não há

Somente o som de água corrente

que vem lá do meio da mata

A escuridão traz o perfume

e a serenata

vagalume solitário

iluminava intermitente

A galha da cigarra

Que aproveitava a escuridão

pra fazer farra

E nem percebe do morcego a chegada

Em pouco menos de um segundo

Só se ouvia

O som do silêncio e mais nada

Edson Ricardo Paiva.