PRESO...
Apois, viu! Isso tudo me aperreia,
O sol batendo na moleira,
E minha alma se encandeia,
Tanto que sinto a paz voar.
Vou arrepiado em calafrio,
O coração, cabra arredio,
À pulsar em cada fio,
Um rio contra o mar.
Eira sem beira,
Se eu gritar será besteira,
Num vazio, ribanceira,
E ninguém pra escutar.
Se for demência, a culpa é tua,
Se clemência, não me acua,
Perambulando vou pela rua,
Arretado por aí murmurar.
Se por essa sina conjurado,
Não deixarei nem rastro,
Levarei no coração guardado,
Tudo que não consegui chorar.