O FIM
O Fim
Uma longa estrada que de repente acaba
Que não mais levará a lugar nenhum
Que não há mais curvas nem encruzilhadas
Que não leva a montanhas nem a vale algum
Que por si só representa o auge
O mais distante que se pode ir
Que traduz e si todos os sentimentos
O poder a ânsia, o chora o rir.
Uma simples folha que do galho cai
Que o vento arteiro, pega e começa a brincar.
Leva-a nas alturas fazendo rodopios
Mas quando se cansa a deixa pra lá,
Solta pelo chão entregue à sua sorte
A qual brevemente poderá saber
Que estás entregue às traças, micróbios, bactérias.
E é seu destino agora somente apodrecer.
Uma brilhante estrela que a sua essência perde
Numa explosão de gases que na galáxia se esvai
Deixando em seu lugar uma escuridão pungente
E a certeza plena de não ser nada mais.
Apenas um vazio, um vácuo, um foi-se um nada.
Um buraco negro de escuridão suprema
Tal que o coração de alguém que conheço
Que traz contido em si o negro mais extremo.
Um pássaro canoro que seu canto cala
Que só o silêncio agora em seu lugar impera
Que a lembrança guarda tão majestoso canto
Que hoje simplesmente é somente o era.
Pois se perdeu no tempo junto com seu tempo
Onde o esquecimento sem cerimônia o tomou
E o canto que era lindo, presente no ar na mente,
Inevitavelmente pra sempre dissipou.
Um amor tão lindo, tão fugaz, perfeito,
Que o implacável tempo sem dó destroçou
Que todos os sorrisos, graças, nostalgias,
Resumem-se hoje simplesmente em dor,
Que se foi tal qual a luz de um belo dia
Que deu lugar à turva, fria e negra noite,
Que corta, dilacera o peito, a pobre alma,
Tal como faz com a pele o impiedoso açoite.
Uma vida plena, ativa, encantadora,
Que de repente exaure sem se despedir
Cala-se, apaga o brilho, finda a trajetória,
Não havendo mais como falar, brilhar ou seguir,
É simplesmente o fim, lúgubre, soturno,
É o ponto final é o final da estrada,
É retornar pra terra, é ser na terra, terra,
É ser da existência a essência do nada.
Allan Johnny Sales Fróis 01/06/2010