Contornos

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Dou de mim,

De um corpo vazio

Dou de mim,

Do que não tenho

Dou de mim,

Do que imagino

Dou de mim,

Do que em mim invento!

Penso, não sinto

Sinto, não penso

Corro, ainda parado

Paro, estando correndo!

Reinvento-me,

Reescrevendo-me no passado,

Vivendo nas memórias momentâneas,

Desprezo dos homens, traído sentir

Numa suicida ansiedade

De me diluir no tempo…

Sirio de Andrade
Enviado por Sirio de Andrade em 20/06/2016
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