Raiva
Devolves cativos os gélidos sentidos,
Das cores escuras, depressão confusa,
Querer fugir, reprimir o negro desejo,
Ver escapar esfumando-se por entre os dedos,
Escorrendo pela brilhante lamina as gotas da vida!
Gotejando quentes no gélido mármore,
Uma após outra, sorvendo de ti a vontade contínua,
Partir em demanda, gritando impropérios,
Contra os felizes donos dos impérios,
Cor-de-rosa pintados, onde reina o amor,
Há raiva! Força contida que se espera soltar,
Num abrir do peito, rasgado, pelo sofrimento!
Há dor! Quietude, aninhado num canto,
Gotas escorrem, reprimindo o alto pranto!