Campanário
Campanário
No vale serrano,
Perdido nos montes,
Ergue-se rústico
O campanário,
Vestido de pedra
E cal dos fornos.
Guerreiro do tempo,
Ornado de cardinais,
Setas e galo no elmo.
Luta ao sabor do vento,
Érea massa de armas,
Soando badaladas frias.
Ruge, ao tempo, as horas,
Entoa melodias populares,
Invectivando os viventes.
Anuncia a luta da vida,
Busca o repouso na noite
E a paz da morte vinda.
Esse campanário demanda,
Solitário, lavores e sono.
Entoa orações ao Deus.
Altivo, reúne os povos,
Na dor, na alegria, enfim:
Menestrel dos céus e terra.
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