NÃOS...
Peço a ti uma licença mais que poetica,
Para falar tudo sobre os "nãos",
Do sonhador que te chamou de amor,
Do poeta que te chamou de paixão,
Do louco que se sentiu livre,
Deixando seu destino em tuas mãos.
Sem falar aqui de ética,
Embora contida na licença pedida,
Pois quando se ama... à si se lança,
De forma mais que desmedida.
Assim, penso que a ti nunca deveria.
Resolveria, então, o silêncio ou negativa?
Não. Essa palavra mau e maldita,
Que recebi por assertiva,
Como se o vaso onde corria a dor,
Não fosse o mesmo onde frágil flor morria,
Aquele mesmo não de uma vida.
Ainda que de forma esperançosa,
Embora em realidade estranha e tardia,
Esbocei uma reação melancólica,
Apostei fichas que não tinha,
Prolonguei a licença agora morta,
Apenas para ouvir um não de mais um dia.