Farfalha o peito em amores...
Teu olhar sob a lente me penetras
Segue ao fundo de um coração cortês
Olhos que me alimentam, acalentam
Palavras que alentam, arrepia minha tez
Sou mudo quando falo
Falo tudo e nada digo
Sou amante, sou escravo
Sou teu servo, o teu amigo
Não escolho palavras para falar
Pois nasce como rio numa fontezinha
Teu corpo é cachoeira
Nua, hospitaleira, se fazendo frágil e minha
Renasce o fogo que arde
Queima e lacera o peito
O amor, quem disse que há amor?
Há desejos imperfeitos
Teu cheiro e teu ofegar
Como são alienadores
Arramaram em teus seios meus anseios
Farfalha o peito em amores...