Se para ser poeta é preciso falar de amor, o que me resta?
Se os amores que amei foram tão tristes
E adormeceram nos braços de um outono íntimo
Que ao vento deu minha esperança de sorrisos
E levada despediu-se dos meus braços
Levou a luz dos meus olhos agora aturdidos
Carregou a minha alma de histórias
Frias, torpes e a voz calou-me em duros golpes
Morrerei então sem ser poeta, um ser de pedra
Resíduo dos vulcões que adormecidos
São apenas uma paisagem fria
Morrerei sem ter da flor, odor ou cor que amenize
A dor que vive presa nas palavras fugidias
Que por Deus, jurei que eram poesias....
Cristhina Rangel