Fiada...
Num Tempo quase imperfeito...
Fiada a fiada
Tijolo a tijolo
Um Muro foi construído
Concretado com Amor
com dois pares de Mãos...
meio sem rumo
meio sem prumo
Incertezas da Dor...
A construção era lenta
Algumas vezes, brevemente,
parou...
Mas, no instante seguinte
Quase o céu alcançou...
Sol a sol
Lua a lua...
Um tijolo a mais se erguia
No suor de cansaço
Uma gota de Esperança
sempre havia...
Entre uma fiada e outra
pouco espaço...
O Muro foi brotando!
Exuberante!
Palpitante!
Com alicerces na harmonia
das Mãos sincronizadas
tijolo a tijolo, assentaram
O Muro estava pronto!
Uma dura ventania veio
e quase o abalou
Por entre as fiadas,
o Sangue jorrou...
manchando a vala funda
que o suportava...
Algumas fiadas foram
ao chão
o peso do vento
não aguentaram...
Os pares de Mãos voltaram
e num frenesi desesperado
juntas, novamente,
trabalharam...
Recolheram os destroços
Usaram para o Sangue estancar...
Em meio as rachaduras visíveis
Um Amor invencível,
que nada consegue abalar...
O Muro será reerguido,
pelas Mãos incansáveis!
E ainda terá no final,
num Tempo quase perfeito,
a cor do Amor estampada!!!!
02/04/2016