Imperativo Oceânico
Humilde chuva
invejo-te, cantam os postes
úmidos
de sua aparente liberdade.
Chorando, meio tortos
por sobre as casas,
estas, ainda mais tortas
Em amorfas bandeiras.
Suave sereno
obsceno
(e ameno)
onde contam os mortos
e os vivos
e os quase vivos
e quase todos tão sós
de plenitude
Imensos, os raios
que rasgam ferozes
atrozes
impávidos
tremendo em teus lábios
E tu
torrente universal
tornaste
seiva
e sumo
e lago.
Legitimo, imperativo.
Oceânico.