DISTRAÍDA

Estás arredia.

A casa é pequena

E mesmo assim não te encontro mais.

Te vejo passar todo dia

Para os quarotos,

Para o banheiro, para a cozinha,

Para a sala

E para porta que te leberta de mim.

A mesma porta que ao cair da noite

Te conduz ao calobouço.

Ficas presa e se liberta

Nas cadeias dos aplicativos,

Do Face, do vazio mundo

Cheio de ilusões tão doces.

Passaste a viver distraída,

Tens se tornado a estranha

Que mais conheço

E a conhecida que mais me estranhas.

Na estranhez está o perigo:

Não se faz reconhecer o amor.

Aliás, o amor e seus momentos mágicos

Perdem a afabilidade

Que deveriam ter e principalmente ser:

- Uma novidade.

Perdendo, o amor, esse encanto,

Debate-se o amar

Como borboleta na teia traiçoeira

De uma imprevisível aranha

Que a espreita vive vigiando

As pobres borboletas distraídas

No compasso dos seus balés suaves

E disformes.

luznaentradadotunel
Enviado por luznaentradadotunel em 19/03/2016
Código do texto: T5578541
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