Acalanto

Temo atordoar-me sem fim.

Viajo neste espaço inexplicável

Onde Tudo se esvai.

Oculto e triste o relutar.

Estarei a sonhar?

Estas notas sensitivas

Em meus ouvidos estão a dizer:

"Entrega-Te oh SER"!

Sorrateiros versos ficam a brincar.

Por que os tenho que escutar?

Agudos e graves...

Sustenidos e bemóis

Como posso divagar?

Arrancam ressonâncias divinais.

Harpas celestiais?

Como não os podeis ouvir?

Acudam-me por Deus.

Quem estará a me chamar?

A surdez será n'Alma ou no corpo

A transtornar?

Uma orquestra inteira não o poderá ser.

Bailam notas musicais.

Estrofes pobres e tolas a chorar

O que não conseguem entoar.

Basta-me o pulsar do coração

Solitário a orar.

Vão-Te ...deixem-me em PAZ!

"Acarinho-Te

Cansadamente

Languidamente

Alucinadamente

Nocivamente

Trovas...loucas!

Ostento-Te porém em meu Ser"!

Berta Novick
Enviado por Berta Novick em 27/02/2016
Reeditado em 27/02/2016
Código do texto: T5556556
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