Acalanto
Temo atordoar-me sem fim.
Viajo neste espaço inexplicável
Onde Tudo se esvai.
Oculto e triste o relutar.
Estarei a sonhar?
Estas notas sensitivas
Em meus ouvidos estão a dizer:
"Entrega-Te oh SER"!
Sorrateiros versos ficam a brincar.
Por que os tenho que escutar?
Agudos e graves...
Sustenidos e bemóis
Como posso divagar?
Arrancam ressonâncias divinais.
Harpas celestiais?
Como não os podeis ouvir?
Acudam-me por Deus.
Quem estará a me chamar?
A surdez será n'Alma ou no corpo
A transtornar?
Uma orquestra inteira não o poderá ser.
Bailam notas musicais.
Estrofes pobres e tolas a chorar
O que não conseguem entoar.
Basta-me o pulsar do coração
Solitário a orar.
Vão-Te ...deixem-me em PAZ!
"Acarinho-Te
Cansadamente
Languidamente
Alucinadamente
Nocivamente
Trovas...loucas!
Ostento-Te porém em meu Ser"!