Velhas Saudades de Sempre
O tempo escorreu...
ecoou nos meus ouvidos
e uma saudade zumbiu
feito o vento da tempestade
entre as folhas das árvores,
levantando poeira e velhos sacos plásticos
nos becos vazios das ruas sem lâmpadas,
o cheiro da chuva entrou nas narinas,
me vi em minha velha casa, dos idos
tempos de meninice, junto das irmãs,
brincando no enorme jardim da frente,
recém podado e molhado de uma antiga
porém fresca e conhecida chuva que sempre amei
e choveu dos meus olhos, lágrimas verdes;
dos olhos que se desbotaram em nostalgia.
Que saudade do meu jardim da infância
das brincadeiras inventadas, das bonecas
feitas de buchas que pendiam na cerca de madeira,
dos boizinhos feitos de chuchu e gravetos,
da mãe chamando pra jantar; logo depois da Ave Maria...
da sopa de todo dia, fumegando na mesa de toalha xadrez,
do pai repartindo o pão, do k-suco de morango,
do boa noite inocente e sem compromisso,
quando as luzes se apagavam na paz da noite.