Velhas Saudades de Sempre

O tempo escorreu...

ecoou nos meus ouvidos

e uma saudade zumbiu

feito o vento da tempestade

entre as folhas das árvores,

levantando poeira e velhos sacos plásticos

nos becos vazios das ruas sem lâmpadas,

o cheiro da chuva entrou nas narinas,

me vi em minha velha casa, dos idos

tempos de meninice, junto das irmãs,

brincando no enorme jardim da frente,

recém podado e molhado de uma antiga

porém fresca e conhecida chuva que sempre amei

e choveu dos meus olhos, lágrimas verdes;

dos olhos que se desbotaram em nostalgia.

Que saudade do meu jardim da infância

das brincadeiras inventadas, das bonecas

feitas de buchas que pendiam na cerca de madeira,

dos boizinhos feitos de chuchu e gravetos,

da mãe chamando pra jantar; logo depois da Ave Maria...

da sopa de todo dia, fumegando na mesa de toalha xadrez,

do pai repartindo o pão, do k-suco de morango,

do boa noite inocente e sem compromisso,

quando as luzes se apagavam na paz da noite.

Sol Lopes
Enviado por Sol Lopes em 25/02/2016
Código do texto: T5554740
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