Brilho efêmero
 
Poesias quase sempre são pontas de icebergs
A parte visível
Acima da superfície do mar de regras
Abaixo ficam os sentimentos que as sustentam e inspiram
 
Abrigavam-se no frio das nevascas invernais
Até soltarem-se suicidas a vagarem livres ao sabor das correntes
Brilham brevemente
Para encantar aos olhos ensolarados dos que as contemplam

São martires das emoções
Efemeridades que só o acaso as fazem vitalícias
Invertendo-lhes o destino
Devolvendo-as ao continente pátrio e terno do silêncio