Contemplação
É tarde e estou cansada
Das guerras e das queimadas
Das obras inacabadas
Em metrópoles e vilas.
Estou cansada dos suicidas
Voando em sacadas
Dos carnavais e desejos
Da natureza que nos foi dada
Poluída e desgastada.
Estou cansada
Dos temores, dos tremores
Dos mares enlameados
Dos sonhos inacabados
Que vou deixando morrer.
Doem em mim
As marés dissonantes
O sol de cada dia
Teus braços distantes
Doem em mim
O porto que não alcanço
E o medo constante de não mais chegar.
Beijo a todos!