Reverberação
 
O silencio aos ouvidos
Mais voluntário que distraído
É de fato uma audição
De palavras sem sentido
 
Muitas vezes companheiro
O silêncio é seletivo
Ele escolhe os momentos
Que lhe quer servir de abrigo
 
Exagera nas visitas
Finge ser sua inspiração
O silêncio não tem cara
O silêncio não tem chão
 
Nos seus climas de histeria
Aperta a quem é mais fraco
Com longos braços abertos
Como um redentor no espaço
 
O silêncio é inconstante
Até com a solidão
Sua Infiel acompanhante
Frequente entre a multidão
 
Ela ocupa minha tela
O meu campo de visão
Mudas falas, que pudera
Conhecia de antemão