CORTINAS ESVOAÇANTES...

Elas balançam...

Cortinas azuis.

Lá fora canta um sabiá.

Um canto de arrepiar.

Também lá fora na caneleta de bambu a água está a cantar.

Canta lá fora um galo grande, carijó.

Quanta saudade no meu coração tão só!

Canta também um moinho.

Ouço até o som estridente de um prego que se enrosca na mó...

E eu aqui sozinha a recordar.

Chega a doer. Chego a chorar.

Mas depois eu penso.

Quem tem um mundo destes guardado não pode ter medo do passado.

As cortinas balançam.

Meu coração balança.

Fico lembrando a menina de trança.

Fico lembrando fatos... tudo me chega... nem olho os retratos.

Está tudo no coração.

Cada instante.

Pois vivi intensamente.

Só entendo a vida com paixão, com emoção...

O superficial não me atrai em nada não.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 03/07/2007
Reeditado em 06/04/2011
Código do texto: T550587
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