O Sol Escondido
 
Sou arbusto sob a sombra de gigantes
Densos, os galhos da indiferença,
Cruzam-se em desavenças
Com as enormes folhas dessas árvores em convenção
 
Através da copa da interpretação
Somente passam reflexos
Mínimos raros lépidos
Intrépidos, pálidos... mornos clarões
 
Um frio úmido me encharca as raízes
Por onde os vermes tecem vontades
Colchões de folhas mortas as abafam em enzimas 
Que por certo me envenenarão mais tarde
 
Ó vento amigo que enverga esses galhos
Intensifica em círculos e lhes quebre os caules
Abre-me o céu durante o teu passar
E justifica o sol do adágio popular