Sítio Abelha Brava
Sob o latir dos cães e o piar dos pássaros
Reside o lar de verdes árvores
De ricas e fartas lavras
O sítio Abelha Brava.
Vem a alvorada
Com o cheiro da manhã
A água calhada
A terra molhada
Magnetiza-me
Como um imã.
O azul do céu
Contrastante com teu esverdear
Nos faz em vertigem mergulhar
E a semente brota
Em teu solo fértil
Estica-se erétil
E cobre-nos com a sombra
Assombra qualquer estresse
Vento forte assopra
Mexe e remexe.
No fim de tarde
Perpassa o meu ouvido
O som do toca-disco
Tocando o canto
A nuvem
Pingando o pranto
E eu
Simples poeta
A apreciar teus cantos.
A noite cai
Os bichos se erguem
Os troncos rangem e farfalham
Besouros estalam
Gafanhotos falam
A vida sai
Da mata escura
O crí-crí
Na madrugada perdura
E no amanhecer
A folha brilha
Quanta fartura!
Abelha Brava, delicia-nos com teu mel
Deixa-me ser sol
Solo, chuva e árvore
E quebras o mármore
De qualquer tristeza
Arrebentas minha avareza
Pois contigo, amigo
Aprendo a ser natureza.