Sítio Abelha Brava

Sob o latir dos cães e o piar dos pássaros

Reside o lar de verdes árvores

De ricas e fartas lavras

O sítio Abelha Brava.

Vem a alvorada

Com o cheiro da manhã

A água calhada

A terra molhada

Magnetiza-me

Como um imã.

O azul do céu

Contrastante com teu esverdear

Nos faz em vertigem mergulhar

E a semente brota

Em teu solo fértil

Estica-se erétil

E cobre-nos com a sombra

Assombra qualquer estresse

Vento forte assopra

Mexe e remexe.

No fim de tarde

Perpassa o meu ouvido

O som do toca-disco

Tocando o canto

A nuvem

Pingando o pranto

E eu

Simples poeta

A apreciar teus cantos.

A noite cai

Os bichos se erguem

Os troncos rangem e farfalham

Besouros estalam

Gafanhotos falam

A vida sai

Da mata escura

O crí-crí

Na madrugada perdura

E no amanhecer

A folha brilha

Quanta fartura!

Abelha Brava, delicia-nos com teu mel

Deixa-me ser sol

Solo, chuva e árvore

E quebras o mármore

De qualquer tristeza

Arrebentas minha avareza

Pois contigo, amigo

Aprendo a ser natureza.

Adriel Alves
Enviado por Adriel Alves em 22/12/2015
Código do texto: T5487810
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