Minha noite em você
Põe-te sempre como a luz das tardes de inverno em meu ser
Quando tudo está ainda quieto, distante de mais para perceber;
Tu, Ó lua que os lírios contemplam no entardecer,
Vem como brisa leve e quente, com teus olhos me aquecer.
Vedes como a aurora de tua alma tarda sobre os vales aparecer?
Teus vales à noite são alento, para meu amor não padecer;
Tu, Ó lua que reflete dos rios calmos e profundos de meu viver,
Leva-me para longe, para onde o meu amor não possa morrer.
Tu, Ó lua que se vai no vazio dos dias, lentamente se perder;
Estarei na relva escura das horas, a esperar-te aparecer,
E quem sabe a tua sombra um dia, meu sol não possa envelhecer?