Pé de Astro

Há uma trilha para andantes descalços

Do destino, não param d'antes, eis vosso percalço

Com ares respirantes, antes dos desandantes, parandantes, paradeiros

filhos dos trilhos, andarilhos

E ao contorno de seus entornos, sem adornos

Trilhos descarrilhados de si mesmos

Vagos e tremendos vagões em remendos

Não há face a derramar suores de sol

Sem lenços a cobrir, eis o silêncio a colorir, no sol a rir

Quanto silêncio aqui

Sob vasto céu de estrelinhas

Me restam fluídas entrelinhas

Sob o alpendre de meus pedestres olhos

Olhos de deserto, seu movimento na coreografia do vento

Todo o tempo

Vossa visão é o pedestal

Um olho voante, avante sem pés

Um pedeastro...