MEUS FILHOS, OS POEMAS...

Deus, quantos filhos já gerei!

Os gero o tempo todo!

Nas nuvens que passam

Na chuva que cai

No sol que queima a pele

No enlaçar das mãos

Na dor de um sonho morto

No barranco à beira da estrada...

Gero versos do nada!

Da essência de tudo!

Da tristeza velada, delatada no olhar,

ou no sorriso dúbio, sem fé no amanhã...

Gero palavras as vezes sem sentido...

E que sentido devem ter as palavras

antes de serem interpretadas por alguma

alma sedenta de beleza?

Gero. Procrio noite e dia!

E ai de mim, se me tornar infértil,

e me negar à trazer à luz a poesia.

Elisa Flor
Enviado por Elisa Flor em 01/11/2015
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