Estio

Pelo espaço

O cortinado azul

Irradia luz e desaba

Desce revolto e inquieto

Iluminando o dia,

Cálido e morno.

A brisa insólita

Avisa que a vida voltou

Mal sabem os homens até quando...

Não temos o domínio do tempo

Nem como estancar a chuva ou a dor

Esperamos na fé

No destino

Dono e senhor do caos.

Passada a tempestade

Tudo recomeça, se recompõe, escarnece.

Sob o sol de outubro

Ainda há vida que

Brota

Brinca

Explode

Aflora

E fere.

Na estiagem,

Renascem casas, pontes, caminhos

Corpos, como caranguejos, erram pela lama

Nos corações,

Perdas,

Nenhum ganho

Silêncios e incertezas

Solidão de cais vazios.

A chuva costurou seus vales

Em corações e vias

Imenso pantanal de intempéries

Sob o céu de outubro

Lutas perdidas

Amores roubados

Até quando

Sob o sol de outubro?

Beijo a todos!

Maria letra e cor
Enviado por Maria letra e cor em 24/10/2015
Código do texto: T5425647
Classificação de conteúdo: seguro