Estio
Pelo espaço
O cortinado azul
Irradia luz e desaba
Desce revolto e inquieto
Iluminando o dia,
Cálido e morno.
A brisa insólita
Avisa que a vida voltou
Mal sabem os homens até quando...
Não temos o domínio do tempo
Nem como estancar a chuva ou a dor
Esperamos na fé
No destino
Dono e senhor do caos.
Passada a tempestade
Tudo recomeça, se recompõe, escarnece.
Sob o sol de outubro
Ainda há vida que
Brota
Brinca
Explode
Aflora
E fere.
Na estiagem,
Renascem casas, pontes, caminhos
Corpos, como caranguejos, erram pela lama
Nos corações,
Perdas,
Nenhum ganho
Silêncios e incertezas
Solidão de cais vazios.
A chuva costurou seus vales
Em corações e vias
Imenso pantanal de intempéries
Sob o céu de outubro
Lutas perdidas
Amores roubados
Até quando
Sob o sol de outubro?
Beijo a todos!