Milagres
E como mágica o céu se transforma
Das pinceladas azuis e dramáticas
Colorações próprias da primavera
As nuvens surgem como borrões e se apoderam
São traços nervosos quase impressionistas
E a manhã, recém-inaugurada,
Vai-se corrompendo de cinza e chumbo
A vontade é ficar na cama
Ignorar a dor
Contemplar estes milagres do céu
Desejar, ou quem sabe, sublimar os desejos.
A janela centenária de tampão e madeira de lei
Permanece imóvel ao espetáculo do tempo
E são vários os cenários
O céu se movimenta lentamente, assim como os meus olhos
Até que desçam, como pesadas cortinas de um palco,
As primeiras gotas de chuva.
Beijo a todos!