CHUVA E CERTEZA
Ah , a chuva!
Cai em gotas finas e indecisas, a princípio,
um pingo aqui no dedão, outro acolá
no calcanhar e em seguida no anelar!
Vigorosa e intermitente chuva, agora,
acompanhada de lúcidos trovões e o que
seria isso de lúcidos trovões?
Apenas devaneios chuvosos de um poeta
precipitando-se em borbotões!
Sem primeiros nem últimos ribombos,
apenas ela, a chuva e os surdos barulhos
a riscarem o céu, ecoando em azáfamas
de harmonizar a natureza em proeza!
Banho-me de vez e pra sempre nessa
ópera de tantos corais e muitos madrigais,
de um a outro ponto estelar no universo
e desprendo-me de mim nestes versos,
que eu não entendo nem tu decerto!
Apenas chove e troveja na minha certeza!
Eugênia L.Gaio- 01/10/2015