ALMA DE VERÃO
“Ao povo do Baraçal”
Andam festas pelas aldeias,
Avivando as tradições,
De mãos dadas e almas cheias
E o calor nos corações.
Animam-se, e bem, os lares
Abertos de par em par,
Com abraços e manjares
E tambores a festejar.
Desdobram-se as devoções
E os santinhos agradecem
Com soberbas procissões
Qu´ aos mordomos envaidecem.
Vêm de longe os emigrantes
Na barcaça da saudade
Amam ser colaborantes
Com total generosidade.
Da aldeia os anfitriões
Honram-se cada vez mais
E mesmo com poucos tostões
Promovem seus arraiais.
Há bandas, há tocadores,
Cantam-se velhas modinhas,
Com aromas e sabores
Saltam febras e sardinhas.
Nas mentes não há mudança,
Ninguém quer envelhecer,
E com um pezinho de dança
Dá mesmo pr´ espairecer.
Toda a gente em sintonia,
Se diverte até-às-tantas,
E com ares de cidadania
Pintam-se todas as mantas.
Se acontece algum deslize
Procuram-se soluções
Fechando os olhos à crise
Com boas recordações.
Quer haja ou não emoção
O povo não contradiz
Que o diga São Sebastião
Irmão gémeo do País!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA