Estranho

Estranho

Que estranho, eu me sou estranho!

Eu sou realmente estranho, ao menos eu me percebo assim…

Não tenho medo de ser estranho e não me esforço para não me parecer assim

Chamamos de selváticas as arvores que não conhecemos

Denominamos bárbaros os povos dos quais não fazemos parte

Disparo um sorriso quando quase todos choramingam

Desaguo em choros quando todos estão sorridentes

Não me acostumo com a rotina e não acho graça na estabilização

Sinto mais o vazio da sua ausência que a minha própria morte

Desejo uma vida breve quando a maioria pede longevidade

Eu não crio problemas com as confusões que eu possa causar

Sou mais frágil que folha despedaçada e capaz de resistir as maiores atrocidades

Sou estranho porque não me confundo com ninguém e em nenhum lugar quero eternizar

Eu me arrasto para conservar as amizades verdadeiras

Sei ignorar sem pestanejar que faz pouco caso ou se faz arrogante

Prefiro passar fome a ter que sorrir forçado à custa de algum preço

Eu me mato para conseguir algo e depois não mais me apetece!

Quero estar com os amigos e busco estar sozinho

Preço muito alto e tantas exigências para ser eu mesmo

Nem sei o que me habita quando repenso esses dias sem sentido

Como espinho seco, ao seu destino se acostumará, meio abandonado e secará

Se quero viver assim caçando ou sendo caçado? Não paro para pensar nisso

Eu sou mesmo estranho e dai!

Pejotaribeiro
Enviado por Pejotaribeiro em 24/07/2015
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