Estranho
Estranho
Que estranho, eu me sou estranho!
Eu sou realmente estranho, ao menos eu me percebo assim…
Não tenho medo de ser estranho e não me esforço para não me parecer assim
Chamamos de selváticas as arvores que não conhecemos
Denominamos bárbaros os povos dos quais não fazemos parte
Disparo um sorriso quando quase todos choramingam
Desaguo em choros quando todos estão sorridentes
Não me acostumo com a rotina e não acho graça na estabilização
Sinto mais o vazio da sua ausência que a minha própria morte
Desejo uma vida breve quando a maioria pede longevidade
Eu não crio problemas com as confusões que eu possa causar
Sou mais frágil que folha despedaçada e capaz de resistir as maiores atrocidades
Sou estranho porque não me confundo com ninguém e em nenhum lugar quero eternizar
Eu me arrasto para conservar as amizades verdadeiras
Sei ignorar sem pestanejar que faz pouco caso ou se faz arrogante
Prefiro passar fome a ter que sorrir forçado à custa de algum preço
Eu me mato para conseguir algo e depois não mais me apetece!
Quero estar com os amigos e busco estar sozinho
Preço muito alto e tantas exigências para ser eu mesmo
Nem sei o que me habita quando repenso esses dias sem sentido
Como espinho seco, ao seu destino se acostumará, meio abandonado e secará
Se quero viver assim caçando ou sendo caçado? Não paro para pensar nisso
Eu sou mesmo estranho e dai!