Eu e a obra

O belo petrifica,

sustentado pelos anos,

se libertando do "eu"....

Transfere esse corpo fraco,

sujo pelas horas do tempo,

capaz mesmo de vacilar...

Porém o tempo ainda permanece

envelhecendo de leve as folhas do papel.

O que protestar ?

Somente essa máscara dourada de sol no meu corpo,

que não percebe a juventude da obra...

Obra minha, esmeralda petrificada pelos anos.

Que anos ? Meus ?

Já não importa como tudo permanece na vida,

o que eu perdi, dividi com o papel

(folha que me esperita longamente),

e ainda vou deixar cair,

fios grisalhos na folha nova...

roxie
Enviado por roxie em 18/06/2007
Reeditado em 06/08/2010
Código do texto: T531787