Eu e a obra
O belo petrifica,
sustentado pelos anos,
se libertando do "eu"....
Transfere esse corpo fraco,
sujo pelas horas do tempo,
capaz mesmo de vacilar...
Porém o tempo ainda permanece
envelhecendo de leve as folhas do papel.
O que protestar ?
Somente essa máscara dourada de sol no meu corpo,
que não percebe a juventude da obra...
Obra minha, esmeralda petrificada pelos anos.
Que anos ? Meus ?
Já não importa como tudo permanece na vida,
o que eu perdi, dividi com o papel
(folha que me esperita longamente),
e ainda vou deixar cair,
fios grisalhos na folha nova...