Móveis de antiquário.
Loto minhas gavetas,
compro novas cômodas,
Gaveteiros e criados-mudos.
Só pra também lotá-los
com tudo o que não vou usar
e com toda a informação obsoleta esquecível.
Nessa de revirar arquivos mortos
encontro um lugar cômodo
onde possa me esquecer, me perder...
Lembro de você aí,
quem nem lembra mais
quando se esqueceu de mim.
Bom é se pegar lembrando
e se sentir feliz
ao perceber que a tanto tempo isso não ocorria.
Que belo tema para um poema
lembrar de tudo o que não se esquecia.
Travestindo a dor até que a mesma vire uma não-poesia.