OLHOS DE CORUJA
Ombros que deitam os meus sonhos,
Por uma trilha tortuosa, estreita,
Fria e sem nenhum pudor,
Expressa no olhar, tal pássaro sem asas voando sem rumo.
Despe-me com olhos de coruja,
Arrebatando e invadindo os meus anseios,
Em noites frias, viajo com ela cheia de medo.
Queimando e murchando os meus segredos,
Até os mais perversos e insanos.
Bebi da tua fonte,
A seiva de uma rosa, com luvas de seda e expressão de pelica,
Fortaleci.
Resisti a tudo, ao tempo e ao pudor.
Respirei fundo e, deixei germinar o broto de uma alma pura e de candura.
Nesta busca inconstante,
Vi que no além do infinito a glória é eterna,
Que o tempo já não conta mais.
Que os dias se confundem que eu sou uma astronave.
E nela vivo a viajar,
Por entre as nuvens eu sigo a te buscar.
Na esperança de um dia te encontrar.