Ainda não sei

Contar até vinte

Não adiantou nada

Foram meia hora de não sei

Com um mundo dentro da garganta

Violei todos os passos

De uma vida plena

Sobram poucas ajudas,

E recursos também

A vida passa e a gente

Não tem nada há dizer

Do que foi bom ou ruim

Do que ainda vai perder

Sons entoados no canto escuro

Tudo que vai valer

Olhos cruzados no espelho

E uma raiva na mão

Contornei os casos

Pensando nas soluções

Elas ficaram pra trás

Junto com toda solidão

Vinte e sete

E nada foi muito aprendido até aí

O estômago continua com soco

E falta de ar nos pulmões

Nada de oração

Nada de conversar com Deus

Ainda não sei de onde parti

Pra onde vou chegar

Um passo pra morte

Outro pra vida

São tantas vidas,

Das quais devo me arrepender

O mundo gira,

O amor vira pó

Tudo pra quem não sabe como é,

Nem faz questão de aprender

O sentido é frio

Os gostos também

Ficar só é uma maneira

De aprender

Sabendo que pessoas são estranhas

Junto com você também

Não há formas de fim pro próprio desespero criado,

Há não ser que queria

Assim vou indo

Com fome de não sei o quê

Os anos passam

E quem sabe ainda posso aprender.

Naty Silva
Enviado por Naty Silva em 17/05/2015
Código do texto: T5244967
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.