A ciranda

A menina dança a ciranda

do seu mundo azul

na fantasia das cores de uma velha varanda.

Ali, os curruílas, beija-flores e bem-te-vis

(e as pombas que saíram do paiol)

voam na dança e formam uma platéia feliz.

São como criancinhas aplaudindo a pequena dançarina

num dia de primavera dos anos cinqüenta...

Eu morava naquela casa e meu mundo

também era azul.

Hoje, isso que vejo é tão acessível, tão perto de mim...

No lúdico dos meus sonhos,

nas linhas dos meus poemas

e no meu olhar de orvalho,

a menina ainda dança sua ciranda infantil

e eu ouço ao longe uma voz macia... muito macia...

Parece sair deste retrato da varanda que tenho em minhas mãos.

Sidnei Garcia Vilches (28/01/2013)