A menina e a liberdade
No pasto corre a criança
brinca de pulos a revelia.
Balança suas lindas tranças
seus gestos são pura poesia.
Corre-lhe atrás um cachorro
a imitar-lhe os gestos infantis.
Se ela grita, ele lhe faz coro,
parece entender o que diz.
Saltitam de pura alegria
com a liberdade no encalço,
aqueles que todos os dias
são tosados em seus passos.
De repente chamam de longe
corre a criança e o cão,
procuram chegar ligeiro
pra não levar um sabão.
Aquele passeio pra ela
servirá para lembrar
Vendo o pasto da janela
sentirá que está lá.
Quando crescer, pensa ligeiro
cheia de puro desdém:
"Vou brincar de correr um dia inteiro
sem dever nada a ninguém."