Metamorfose
Eis que chega abril
Em comovido pranto
Aguarda o tempo certo
Para cumprir jornadas
E as calçadas ressequidas
Se diluem em virações e águas.
Eis que chega abril
Com suas discretas floradas
E as praças da minha rua
- Antes tão habitadas -
Jazem inertes e solitárias.
Sempre que é abril
Paira um abandono no ar
Como a saudade de quem partiu
E no silêncio das manhãs
Como notas de uma canção febril
Folhas secas irão se espalhar
Nas melancólicas manhãs de abril.
Beijo a todos!