O tempo

O tempo

Eu sou um tempo que chora.

Rios descem de faces inocentes,

oprimidas em noites de gala.

Mentes trovejantes maquinam o mal

ao som de um bolero.

Eu sou um tempo que ri.

Um riso solto na avenida dos amantes,

nas corredeiras dos abraços,

nos mistérios dos encontros

e dos toques mais sutis.

Eu sou um tempo de palavras saltitantes

a construírem lúcidas consciências,

a derramarem a poesia em cascatas

que emergem dos corações dos poetas,

que transformam o trigo em pão

e o sonho na mais bela aparência.

Eu sou um tempo que se anuncia,

um tempo que te acaricia,

eterno.