OUTONECER
E o outono virá...
trazendo para os poetas a entonação perfeita...
em todos os tons das folhas caídas e todo o azul do céu sem nuvens.
Na quietude das tardes nubladas e das noites frias cujo aconchego
se faz poema novo.
E virá tão intenso em seus marrons,
e na sombra acolhedora de seus dias temperamentais:
ora vibrantes e coloridos; ora garoentos e chuviscosos.
Sei que virá e trará a melancolia de volta na brisa que sopra suave
ou no leve vento que embala folhas pelo ar.
E a poesia o aguarda novamente...
enamorada novamente...
cativada novamente.
Venha estação querida, traga a tona os versos ocultos em seus mistérios,
faça-nos de novo colher os frutos doces de seus encantos eternos,
renascidos mais uma vez, na eternidade dos anos sem, contudo,
jamais serem os mesmos...
renovados a cada novo outonecer!
Dete Reis