Simplismo Bucólico

Ao fundo o apito do trem

que o vento trás à procela,

pardais a gorjearem também

em um vai e vem na janela;

bem longe incansável martelo

segue o ritmo do marceneiro,

bem-te-vi salpicando o marmelo

e um sabiá lá no abacateiro.

Tarde quente de ares bucólicos

e um sapo a coaxar melancólico;

no beiral pombos a arrulhar

e um trinca-ferro a chilrear eufórico;

na lagoa um pato a grasnar

e um grilo a cricrilar anafórico,

no jardim tem abelhas zunindo

e o sol no horizonte cai meteórico.

O poeta descerra as cortinas

com letras simplórias de contemplação,

eis então o nascer de uma poesia

sobre mais um dia que vai com a estação.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 30/01/2015
Código do texto: T5119527
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