ABISMO

Abismo

Esse imenso dentro de mim e esse abismo entre nós!

O silêncio se torna um vácuo em nossos tempos

Aumenta sempre o vazio nas nossas projeções e metas

Como um penhasco no deserto se abre uma fenda e o coração sangra!

Feridas cicatrizadas e chagas doídas se entrelaçam

Balançam as emoções que ficam incertas como areias movediças

Os sonhos titubeiam como fumaça que competem com o vento

E esse abismo que não apresenta nenhum fundo possível!

A alma se desgarra de si mesma como aurora fugidia

Os sentidos não aguçam e cambaleiam em mil dúvidas

A esperança parece sucumbir diante de tantas fatalidades

E a fé pede um salto que espelha o grito uivante de um abismo!

Tantos absurdos e tantas desgraças que me desnorteiam

Impávidos desejos que não chegam aos seus cumprimentos

Perplexidade perante injustiças e convencionalismos

Abismo que se impera como cataclismo de uma vida errante!

Medos e frustrações de amores mal correspondidos

Infâmias e delírios de convivências insatisfatórias

Lágrimas que banham possíveis desencontros

Autobiografia arranhada pela irrevocabilidade desse abismo!

Jorge Ribeiro

setembro de 14

Pejotaribeiro
Enviado por Pejotaribeiro em 20/12/2014
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