Lavada
Fiz um buraco no meu estômago
Pensando na dor que senti ontem
Foi tudo como deveria ter sido
Algo pra se morrer de nojo
Não foi como o esperado
Onde tudo se dá um jeito
Os lugares continuam com pegadas
Com manchas de sangue pra todo lado
Fiz um aviso na cartolina branca
Onde estava proibido tentar sentir pena de mim,
Não adiantou,
Já que eu era a primeira a fazer
Contornei meus espaços
Fiz com que obedecesse minhas regras
Foram boas páginas deletadas de cartas
De um ângulo sem amor
Quando estive dentro de mim mesma
Remoendo tudo que me fez mal desde o meu nascimento
Vi que o buraco era muito profundo
Pra uma pá de cal só
O futuro pode ser brilhante
Junto com o dia de amanhã
Só que pra mim ser leve de verdade
É preciso começar a me querer ver limpa.