Os remos do barco da minha solidão
são os filhos que Deus me deu;
e me deram dezenas de netos
e vários bisnetos...
Quem são eles?
Onde andam todos?
Só não sei como os perdi 
como avalanche se foram!
Nem notícias tenho, 
meus gritos não ouvem, 
são gritos de dor, sussurro pro mundo...
às vezes como oração, calada, cansada,
outras, aos gritos pra dentro de mim,
a vida tornou-se uma metáfora,
tão apagada que quase não me encontro
meus poemas são gritos mortos,
de luta, guerra, e tristeza, 
de plateia apenas eu mesma...
este, único barco está indo à deriva
vou levar na lembrança sempre
as imagens deles no meu colo
pelo menos isto tenho direito.