Sericita ou Gibraltar
Parar para ver a graça das mocinhas
De mãos dadas circulando na praça
Eu ficava.
Em minha SERICITA ainda pacata
Onde havia boiadeiro errante,
Homens de botas de canos longos,
Rastro na poeira da estrada
E eu pensava ser alguém um dia.
Gente do bem, com ares de Gibraltar,
Canto triste ou alegre
Que até hoje me faz recordar.
Namorar era só olhar...
Se tomasse a mão tinha de casar
Ficar era só parar em algum lugar
Casar era para se ter filhos...
A beleza um eterno imaginar...
De ninguém se ouvia clemencia
O povo era verdadeiro
Não havia violência
E solidariedade era um praticar.
A maioria das mortes era por infarto
Não havia cabaré
A paixão era evidente
Dum homem por uma mulher.
Meu olhar era de sofreguidão
Por mim ninguém se apaixonava
Principalmente a mocinha
Cuja beleza eu mais amava...
À noite a lâmpada no poste acendia
Nos bares homens se reuniam
A contar histórias do tempo real.
No balcão o copo de pinga
De sonho se embebiam
Angariando-se a mais valia.
Gravados no fundo do inconsciente
O resplendor da Igreja
O homem na sua peleja
Cuidando de nós todos os dias
VIVA Sericita