VESTIDO DE RENDA

Mulher prendada, mulher rendeira

Que sonha, idealiza, constrói

Molda, corta, alinhava

Que investe, batalha, alcança

Aquela renda francesa de cor púrpura

Trazida de navio até o cais

Para o deleite da costura de Aurora

Preparando para o baile de gala do Clube Alexandrino

A tesoura corta dali e daqui

Na caixinha de costura as linhas, os alfinetes mexem sem parar.

O dedal vai protegendo os dedos das espetadas.

O vestido toma forma

E Aurora experimenta, ensaia um rebolado

Um ajuste, um acerto no comprimento,

Arruma o decote, ajeita a manga

E o vestido vai ficando pronto.

No dia seguinte os últimos acertos.

A noite do Baile chega e lá vai Aurora

Radiante, toda rendada, de cor purpura

Salto sete, bolsinha na mão

Enquanto sua caixinha de costura descansa orgulhosa

E aliviada suspira cheia de emoção.

Ana Amelia Guimarães
Enviado por Ana Amelia Guimarães em 16/11/2014
Reeditado em 16/11/2014
Código do texto: T5037883
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