Aroma Bucólico

Não devia acabar aquela tarde

O beijo do sol, a grama e o lago

O azul com verde e o pé descalço

E no fim da tua mão aquele afago

Não devia derreter aquele sorvete

Que apagava o incêndio das bocas

Escorria, adoçando o sal da pele

De uma tarde ímpar como poucas

Não devia findar a harmonia do canto

Dos pássaros invisíveis nas copas

De uma paz que não me lembro quando

Se fará outra vez tão cor-de-rosa

Não devia correr aquela sombra

Deslizando pelas mãos do tempo

Recolhendo as pipas e os abraços

Nos deixando a sede do momento

Talvez a tarde de hoje não venha

Com tantos prendas e aromas bucólicos

Como a de ontem mostrou com resenha

De que a paz e o amor não são sólidos.

Ricco Salles
Enviado por Ricco Salles em 13/11/2014
Reeditado em 06/07/2018
Código do texto: T5033236
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