TROPEADA

Horizonte, nuvem de pó sobre a mata,

Ecoando um som oco que estronda

Se vislumbra movimento em onda

Deslizando pelo curso da estrada.

Serpenteando fúria bruta em luta

Contida a gritos, rompe a boiada

Conduzida pelo berrante de forma resoluta

Sob estalidos errantes do relhador na esplanada.

No tropel da manada portentosa

Reina o peão tropeiro no seu corcel

Com braço enteso, na laçada potentosa

Resgata desgarrado na força do sovéu.

Sobre o cavalo enfrenta dura labuta

Tal semideus incansável, cumpre a empreitada

Só ao completar a jornada, folga desfruta,

Cavaleiro e cavalo anseiam nova tropeada.