Tempestades e marés
O vento varre a praia
E os restos da manhã
Espumas
Balaios vazios
Solidões e mãos.
Nas linhas da vida
Descobre Maria
Os desertos
As distâncias
O gosto do sal
Não há pesca nem botos no canal
Mas há um aviso letal
A todos os navegantes:
Nenhum barco sai do cais...
Da mulher, triste é o semblante.
Na doca antiga, um cão se refugia
Ninguém voltou do mar
Só a areia e a ventania
Um olhar se compadece e chora
Pode um terço deter a tempestade
Soberba e fria?
Rezou, mas sabia que não
E na manhã do terceiro dia
Carpe e chora Maria
No mar
De rocas e conchas
Adormece João.