BUCÓLICO - PARTE 2
E vieram todos para a festa da natureza,
pássaros de todas as cores, misturavam
Seus cantos em rimas de beleza,
E acompanhando, as folhas dançavam,
Tendo sempre a brisa por aliada,
As flores, cheiro de mato molhado,
A floresta inteira perfumava,
Nesse puro ambiente encantado,
Até onde a vista pode enxergar,
A natureza espalha-se, frondosa,
Entre os raios de sol a penetrar,
Entre a sombra amiga, tão bondosa,
Os bichos chegam-se, saltitantes,
Para alimentarem-se e aos filhotes,
Seguem sua rota itinerante,
E desaparecem aos pinotes...
E assim, entre tanta atividade,
Prossegue essa faina do corre-corre,
A vida segue, e em sua verdade,
O bicho que não come, sempre morre,
E quando de fato o dia vai embora
E a festa só vale para quem viu,
E que já vai o alto da hora,
Vai chegando aquele que partiu,
É a noite que chega, imponente,
Trazendo as trevas ao espaço,
Os diurnos se recolhem, somente,
E os notívagos chegam-se ao pedaço,
As corujas que piam inclementes
Os morcegos, que voam antenados,
Os duendes e gnomos, fadas inocentes,
Aparecem nesse espaço já mudado,
Ah, mas daí...já extrapola o bucólico,
Passamos ao mundo irreal, tão falado,
Bem melhor do que este, melancólico,
De um mundo tão belo e harmonizado...