ADEUSATERRA

Desfilava, a Deusa Terra, pela orbe

Risonha, receptiva, doce, gentil...

Vestindo os seus lindos figurinos:

saias de nuvens...trajes compridos...

capas de anil...Soltos ao vento,

deixando ver entre suas saias

a tez macia, magma carne

envolta em relvas, onde gerava

sonhos de vida, de vegetais a animais...

tão criativa!

Enquanto por sua órbita caminhava,

ela cantava com suas vozes de cascatas

coro das ondas em stacatto

sopro de alentos pianinhos,

em movimentos vegetais,

ou o cantar dos passarinhos

escondidos nos matagais.

Ia deixando atrás de si

o frescor e o

perfume dos jardins,

de que era feita:

Hálito dos verdes campos...

Halo de tantos encantos...

Hígida!

Límpida!

Feliz!

Mas, em algum tempo,

n'lgum ponto do caminho

a invadiram (como piratas),

Vidas Humanas!

Inteligentes,

gananciosos,

inconsequentes

e insensíveis,

a saquearam...

a despojaram dos dons

que ela emanava

esgotando seus naturais recursos

de auto renovação!!

Ainda caminha, tropegamente,

a Deusa Terra, por sua rota,

sem mesmo ver onde anda,

pois está cega de ozônio

e sua aura é feita da febre

que os ácidos e quimicas poluentes

lhe conferem, por ambiente climático.

Está doente!

A Deusa Terra!

De uma profunda septicemia

chamada "homem"!

Que a consome

que a abate

à gonia na qual se extingüe

E, quando extinta,

se extinguirá também

a causa de sua consumação!

E em suas pústulas,

os homens pus,

perecerão!

Maria Mercedes Paiva

22.05.07

Maria Mercedes Paiva Paiva
Enviado por Maria Mercedes Paiva Paiva em 24/05/2007
Código do texto: T498975