POUSO DO MEU OLHAR
o meu olhar agora pousa,
na beleza singela da flor;
onde a borboleta repousa,
em teu sono de belo alvor;
brota-me a alma da poesia,
cheia de néctar adocicado;
minh'alma sente a ventania,
a passar qual pássaro alado;
já dorme a borboleta na flor;
sonha voando entre as flores;
plena manhã de céu multicor,
alegra os tão nobres amores;
abelha suga o néctar da flor;
banha-se de seiva a borboleta;
beijo-flor que perfuma o amor;
alegria campesina do poeta;
alma da poesia no meu olhar,
sente o aroma mavioso da flor;
sorriso do sol em meu versejar,
a paz livre que impele o amor;
borboleta se aninhando na flor,
sonha com os versos do poeta;
seiva de orvalho fluindo incolor,
do fazer poético da alma esteta;
pouso tão lírico do meu olhar;
percorre os vergéis tão floridos;
conta-me, borboleta, teu sonhar;
flor dos teus suaves clarisentidos;
voa, borboleta, com meus versos,
feitos das flores dos teus sonhos;
outros pousos de olhares diversos,
singram meus eus líricos risonhos!